A REPORTAGEM, PUBLICADA NO SITE "PORTOS E NAVIOS", OFERECE UMA VISÃO OPERACIONAL BEM DETALHADA DO TECON SALVADOR APÓS ULTIMAR OS INVESTIMENTOS EM AMPLIAÇÃO DE RETROTERRA E COMPRA DE NOVOS EQUIPAMENTOS PARA MANUSEIO DE CONTÊINERES.
INFORMAÇÕES INTERESSANTES QUANTO A UTILIZAÇÃO DO ANTIGO PORTÊINER PERTENCENTE A CODEBA E COMO FOI REALIZADA A OPERAÇÃO DE MUDANÇA DO MESMO E DOS PORTÊINERES PANAMAX PARA O CAIS DE LIGAÇÃO CONSTAM DO ARTIGO.
LEIAM:
JOSEMAR
O terminal da Wilson, Sons investe R$ 180 milhões em dragagem, ampliação do cais e na compra de equipamentos.
Novas cargas em prospecção
Tecon Salvador investe em expansão, reforços e compra de equipamentos. Terminal duplicará movimentação
Enquanto
conclui sua expansão, o terminal de contêineres de Salvador (BA) segue
em operação e buscando novas oportunidades de movimentação. O terminal
da Wilson, Sons investe R$ 180
milhões em dragagem, ampliação do cais e na compra de equipamentos. As
obras, que devem ser finalizadas até agosto, têm como objetivo melhorar a
logística e tornar o terminal mais competitivo. O diretor executivo do
Tecon Salvador, Demir Lourenço Júnior, destaca que o terminal está numa
região estratégica, próxima à região de Camaçari, onde se concentram uma
área industrial e um polo petroquímico. No entanto, por restrições
logísticas, o Tecon Salvador deixou de movimentar em contêineres cargas
cujos centros produtores estão próximos à capital baiana.
Nos
últimos anos, o Tecon Salvador precisou dispensar algumas movimentações
para não atrapalhar o andamento das obras ou por questões de limite de
capacidade. Os principais concorrentes do Tecon Salvador são os portos
de Pecém (CE), Suape (PE), Vitória (ES), Santos (SP) e Rio de Janeiro
(RJ). Com a expansão, o terminal poderá receber mais contêineres e
navios de maior porte. A previsão é que a movimentação do terminal passe
dos atuais 250 mil TEUs/ano para 530 mil TEUs/ano.
Lourenço
conta que frutas plantadas no município de Juazeiro seriam naturalmente
escoadas por Salvador, mas estão sendo exportadas por Pecém, que está
mais distante. Atualmente, podem atracar no porto cearense navios com
capacidade para até oito mil TEUs, enquanto o limite do Tecon Salvador é
da ordem de quatro mil TEUs. Em abril, o terminal baiano realizou o
embarque de laranja in natura. A expectativa da Wilson, Sons é que
possam ser movimentados 200 contêineres/mês do produto.
A Bahia é
também um dos maiores produtores de algodão no Brasil, sendo que a
maior parte da produção vem do oeste do estado. Lourenço lamenta que
Salvador perca essa carga para Santos, localizado a 1,95 mil quilômetros
dessa zona produtora de algodão, que fica a 950 quilômetros de
distância do porto baiano. O trabalho de prospecção já possibilitou que
10% do produto sejam exportados por Salvador. Segundo Lourenço, também
existe a possibilidade de conteinerização de soja e milho. Além dos
contêineres e da carga geral, o Tecon Salvador recebeu carga de projetos
como os hélices fabricados pela Alstom para parques eólicos em
construção na Bahia.
Para atender a esse aumento de movimentação,
é necessário que a dragagem do calado para 15 metros seja homologada. O
processo é conduzido pela Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) e
está em tramitação junto à diretoria de hidrografia e navegação da
Marinha. A expectativa é que ele esteja concluído até o final de junho.
Lourenço explica que a homologação do calado e o segundo berço entrando
em operação permitirão a chegada de navios de até 8,8 mil TEUs. “O Tecon
Salvador está fazendo um trabalho de prospecção de novas cargas. Tão
logo tenha homologado, não tenho dúvida que vamos estabelecer o melhor
caminho logístico para carga”, acredita Lourenço.
O Tecon
Salvador está concluindo a reestruturação, que compreendeu, além do
aumento de calado, a compra de equipamentos de movimentação e a
ampliação do cais de 210 metros para 377 metros. Segundo Lourenço, essas
melhorias permitirão que o terminal atenda à demanda até 2018,
considerando que o ritmo de crescimento mantenha-se na faixa de 7%. O
diretor acrescenta que três armadores anunciaram serviço adicional de
cabotagem no terminal: Aliança, Log-In e Maestra. A ideia é que a área
do cais de ligação seja voltada para esse tipo de navegação. Em 2011, a
cabotagem representou 35% da movimentação no terminal.
Ao final
de 2012 o Tecon Salvador terá área total de 118 mil metros quadrados. A
área destinada ao depósito de contêineres vazios (depot), com 83 mil
metros quadrados, deverá ser duplicada. A produtividade do Tecon deverá
atingir 55 movimentos por hora no segundo semestre de 2012, ante 37,1
mph em 2011. O Tecon Salvador ainda pode crescer com o aterramento e a
extensão do cais até a área do ferry boat. Essa possibilidade está em
estudo.
O Tecon Salvador adquiriu seis novos RTGs e três
portêineres da chinesa ZPMC. Os portêineres são do tipo super
post-panamax, com lanças de 60 metros de comprimento, capazes de atender
a 22 fileiras de contêineres de largura. Já os seis RTGs são modelos
totalmente elétricos e menos poluentes — os antigos operam com geradores
a diesel.
Os dois portêineres originais foram transferidos de um
lado para outro do terminal e estão passando por manutenção no cais de
ligação. Esses equipamentos, também da ZPMC, atendem a navios com até 13
fileiras de contêineres de largura. Os dois equipamentos passam por
inspeções, tratamento contra ferrugem, lubrificação de cabos e parte
elétrica. Segundo Lourenço, eles devem voltar a operar em junho.
Os
novos portêineres são mais eficientes, possuem lanças mais compridas e
suportam até dois contêineres de 20 pés. Técnicos chineses trabalham
junto com técnicos do terminal para adaptar os novos equipamentos aos
padrões do Tecon. Também em manutenção está um portêiner herdado da
Codeba no processo de arrendamento. Este equipamento, adquirido na
década de 1980 e nunca utilizado, está sendo adaptado aos padrões atuais
de operação.
Lourenço conta que o portêiner ficou armazenado
quase 20 anos na fábrica e foi montado somente no final de 2008. A
expectativa é que ele esteja operacional entre setembro e outubro. A
mudança dos portêineres foi realizada por carretas que suportaram mais
de 800 toneladas e funcionam como uma espécie de macaco hidráulico.
O
Tecon Salvador também aposta no agendamento de gate, semelhante ao da
aviação civil. O serviço permite que os clientes programem pela internet
a entrega ou o recebimento de contêineres de importação. Desde maio, o
sistema está disponível para importações e exportações. Lourenço
ressalta que o agendamento é importante para criar janelas, permitindo
que os armazéns garantam reserva de espaço para atracação de determinada
quantidade de contêineres. Além disso, o agendamento aumenta a
confiabilidade do porto e reduz custo do armador.
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