quinta-feira, 28 de julho de 2011

MONOGRAFIA - POSSIBILIDADES NÁUTICAS ENSEADA DOS TAINHEIROS

NESTE TÓPICO DA MONOGRAFIA É RELATADO AS VANTAGENS COMPARATIVAS NATURAIS, HISTÓRICAS E ESTRUTURAIS  DA ENSEADA DOS TAINHEIROS, PARA ATIVIDADE NÁUTICA.


JOSEMAR



7.2 A ENSEADA DOS TAINHEIROS



Um caso particular no contexto da agressão ambiental é a Enseada dos Tainheiros, que teve seu espelho d’água reduzido por aterros e palafitas onde os moradores lançam lixos e dejetos de toda espécie no mar. O mangue original situado nessa pequena baía, berçário de inúmeras  espécies marinhas, praticamente desapareceu diante das agressões sofridas no decorrer do tempo.

Há de ressaltar que os governos do Estado e do Município de Salvador participaram de forma direta  nesse processo de agressão ambiental a um dos locais mais pitoresco da Capital  do Estado; ora de forma ativa, aterrando irresponsavelmente seu espelho d’água com o intuito de construir casas populares em substituição às palafitas; e ora sendo passivo e omisso, sem realizar a devida fiscalização diante de intervenções irregulares praticadas por particulares.

  A Enseada dos Tainheiros apresenta inúmeras possibilidades para se transformar num grande centro de apoio à náutica de lazer na Capital Baiana,especialidade esta que vem desempenhando, de forma natural e sem planejamento, ao longo dos anos ou porque não ao longo dos séculos. Nessa pequena baía, como já foi dito, a CNB desenvolvia todos os trabalhos de manutenção de sua frota de embarcações. Em suas margens diversos estaleiros artesanais construíram saveiros ou outras embarcações de madeira.

Em seu estado atual a vocação náutica da Enseada dos Tainheiros se firma pela quantidade de marinas localizadas em seu interior, em número de 6; um moderno estaleiro, o Corema, especializado em construção de embarcações auxiliares e de pequeno porte, a exemplo de rebocadores, pesqueiros de alto-mar, chatas; e alguns estaleiros no Lobato onde se constrói e reparam embarcações de madeira.

Os governos do Estado da Bahia e do Município de Salvador devem em conjunto traçar atitudes eficazes no sentido de requalificar a Enseada dos Tainheiros, tais quais - despoluir suas águas; reconstituir o manguezal original, devolvendo dentro do possível, ao mar aterros irregulares; dragar seu canal, favorecendo o acesso a embarcações de recreio de maior porte; e criar estruturas públicas, a exemplo de marinas e píers, favorecendo a guarda de embarcações daqueles que não podem pagar uma marina particular, o que é um meio de socializar a náutica no Estado da Bahia.

 A prioridade das margens da Enseada dos Tainheiros deve ser voltada à náutica e a manutenção de embarcações de madeira, como limpeza de casco e troca de tabuados que são secularmente realizados na praia durante as preamares. As praias dessa enseada são de fundo de lama, o que as torna pouco atrativas ao banho.

Com as intervenções propostas nesse capítulo, a Enseada dos Tainheiros favorecerá de forma efetiva o desenvolvimento da náutica de lazer em Salvador e o retorno da faina marinha, além da possibilidade dessas novas estruturas se transformarem em mais um atrativo turístico para a Capital do Estado, criando postos de trabalho, renda e impostos para o erário, diminuindo também a degradação social presente nos bairros que circundam essa enseada.

JOSEMAR E MARGARIDA

MONOGRAFIA -GRUPAMENTO NAVAL PM -BA

6. PROPOSTA PARA AÇÃO DO GOVERNO DA BAHIA NA SALVAGUARDA DA VIDA NO MAR.


ESTE CAPÍTULO DA MONOGRAFIA RETRATA A NECESSIDADE DE SE AMPLIAR OS MEIOS DE APOIO  A SALVAGUARDA DA VIDA NO MAR, ACOMPANHANDO O DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE NÁUTICA DE LAZER  NO ESTADO DA BAHIA.
OS AUTORES DO TRABALHO ACADÊMICO – MONOGRAFIA -  ENTENDEM QUE A POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DEVE CRIAR SEU GRUPAMENTO NAVAL, PARA OPERAR SUPLETIVAMENTE EM RELAÇÃO AOS MEIOS HUMANOS E FLUTUANTES DO 2º DISTRITO NAVAL DA MARINHA DO BRASIL.
DESTACAMOS O OPERATIVO TRABALHO DO GRUPAMENTO AÉREO DA PM – BA, O QUE CERTAMENTE SERÁ SEGUIDO PELO GRUPAMENTO NAVAL.

VAMOS AO TEXTO!
JOSEMAR



Criar caminhos alternativos para desenvolver uma atividade econômica significa pensá-la como um todo. Um maior número de embarcações de recreio navegando nas águas da BTS e no restante do Litoral Baiano implica necessidades de sistemas eficientes de salvamento marítimo, salvaguardando a vida de tripulantes e comandantes dessas embarcações.

Atualmente essa tarefa na área da Bahia e Sergipe esta afeita em sua totalidade aos meios flutuantes da MB, jurisdição do Segundo Distrito Naval e em suas Capitanias dos Portos. Na estrutura organizacional da Polícia Militar (PM) da Bahia, tem diversos Grupamentos Marítimos que desempenham prioritariamente tarefas definidas com salvamento em áreas de praias e lagoas.

O que se propõe é a criação de um grupamento naval mais denso no âmbito da PM da Bahia que, de forma supletiva e harmônica opere junto a MB, efetuando faina de auxílio aos navegantes e patrulhamento em águas Baianas. O argumento fundamenta-se no fato de que os meios flutuantes da MB, disponíveis no Segundo Distrito Naval, não são suficientes e adequados para atender eficazmente as solicitações de ocorrências marítimas a todas as condições de tempo e relevo costeiro do Litoral da Bahia.

A Capitania dos Portos da Bahia atua em suas funções regimentais utilizando-se de embarcações que não foram construídas especificamente para fainas de fiscalização e atendimento a pedido de socorro dos navegantes. Todas são modelos de passeio e com vida operacional de mais de 20 anos. Se o pedido de socorro ocorrer em condições adversas de tempo, com mar grosso  e fora das águas protegidas da BTS, essas embarcações não poderão sair de seu ancoradouro, pois colocaria em risco a vida de seus tripulantes.

Pode-se alegar que na situação descrita anteriormente entrariam em ação belonaves (Navios de guerra) localizadas na BNA (Base Naval de Aratu), subordinadas ao Segundo Distrito Naval, com maior deslocamento, autonomia e capacidade estrutural para navegar em mar aberto. Ocorrerão dificuldades se a operação de emergência for perto da Costa ou em linha de arrebentação pelo porte de sua estrutura, levando ao risco de encalhe.

A MB realiza suas operações com profissionalismo e dever pátrio, mas é sabido que as dificuldades orçamentárias não permitem que essa corporação adquira os meios flutuantes adequados a real necessidade de suas demandas. Nesse universo entraria o Estado da Bahia, formando o seu Grupamento Naval (GN), agindo supletivamente a MB nas operações de salvaguardas da vida do mar, patrulhamento marítimo, combate à pesca predatória e ao risco potencial de contaminação do ambiente marinho, proporcionando uma maior segurança aos navegantes em águas do Litoral Baiano.

Esse grupamento naval teria sua sede em Salvador. A Ribeira seria um dos locais ideais pela proximidade dos principais centros hospitalares, o que facilitaria o deslocamento daqueles que precisem de atendimento médico. A base de operações do GN pode ser alocada na área de uma antiga fábrica de óleo vegetal desativada atualmente, localizada na Enseada dos Tainheiros. Com um píer de atracação, heliporto, unidade de tratamento intensivo, alojamentos, área administrativa, câmara hiperbárica5, posto de abastecimento de combustíveis e oficinas, formariam um arcabouço operacional da base principal.


 Na Baía de Aratu se concentrariam os estaleiros e demais estruturas de apoio à manutenção dos meios flutuantes. As embarcações inicialmente seriam posicionadas em bases secundárias no entorno da BTS, eqüidistantes umas das outras, posteriormente em outros pontos do Litoral, como a região do Baixo Sul, Baía de Camamu, Ilhéus, Porto Seguro, dentre outros.

A frota do GN comporia basicamente de embarcações ligeiras em torno de 12 metros, para atuar nos perímetros da BTS, com estrutura para navegar em velocidade máxima, na penumbra e nas condições de tempo mais adversas registradas em série históricas no interior da BTS.  A tripulação, além do pessoal encarregado da operação da embarcação, seria composta de um mergulhador, paramédicos e equipamentos necessários à manutenção dos sinais vitais das possíveis vítimas.

Outra classe atenderia as solicitações de socorro em mar aberto, em um comprimento de 25 a 30 metros, com os recursos da classe anterior, acrescida de capacidade leve de reboque e combate a incêndio. Esses barcos, inicialmente, seriam em números de três. Um estaria de prontidão para atender pedidos de socorro da BTS até Itacaré e Litoral Norte. A segunda unidade teria Ilhéus como base e jurisdição até Mucuri, e a terceira seria reserva como forma de apoio às demais, quando a situação assim exigir. Além disso, uma embarcação para resgate subaquático, equipada com câmara hiperbárica, teria que fazer parte da futura frota.

As operações do grupamento naval, sempre que possível, seriam realizadas em conjunto com os helicópteros do grupamento aéreo da própria PM. Através de um convênio com a MB, seria proporcionado o treinamento inicial do oficialato e corpo subalterno. Próspero seriam os benefícios que a sociedade baiana teria com a criação desse grupo naval no âmbito da Polícia Militar da Bahia ao oferecer segurança efetiva a todos àqueles que naveguem por lazer ou por necessidade econômica.

A virtude primária da criação desse grupamento naval será a salvaguarda a vida no mar e o patrulhamento marítimo. Entretanto, economias externas serão geradas, pois as embarcações que irão compor a futura frota deverão ser obrigatoriamente construídas em estaleiros localizados em território baiano, o que impulsionará o segmento naval no Estado, além da criação de novos postos de trabalhos em terra ou a bordo.




5 A câmara hiperbárica é o equipamento destinado as pessoas que se submeterão a sessões de oxigenoterapiahiperbárica(OHB) a fim de respirar oxigênio 100% puro a pressões superiores a pressão ao nível do mar.


JOSEMAR E MARGARIDA