Seguidores

Mostrando postagens com marcador RESGATE DA HISTÓRIA NAVAL DA BAHIA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador RESGATE DA HISTÓRIA NAVAL DA BAHIA. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

RESGATE DA HISTÓRIA NAVAL DA BAHIA - NAUFRÁGIO DO ITACARÉ - TRAGÉDIA NO MAR DE ILHÉUS - RESCUING BAHIA'S NAVAL HISTORY - ITACARÉ SHIPWRECK - TRAGEDY IN THE SEA OFF ILHÉUS

O NAUFRÁGIO DO PEQUENO NAVIO DE CABOTAGEM, O ITACARÉ, EM 23 DE AGOSTO DE 1939, EM VIAGEM DE SALVADOR PARA ILHÉUS, NA ENTRADA DA BARRA DO PORTO SITUADO NA FOZ DO RIO CACHOEIRA, BAÍA DO PONTAL, ANTIGO PORTO DE ILHÉUS, SIMBOLIZOU UMA TRAGÉDIA QUE DURANTE MUITO TEMPO DEIXOU MARCAS NA CIDADE, REPERCUTINDO, TAMBÉM NACIONALMENTE.

NESTA ÉPOCA, COM A INEXISTÊNCIA DE RODOVIAS LIGANDO SALVADOR, CAPITAL DA BAHIA, A DEMAIS CIDADES DO LITORAL E INTERIOR, O TRANSPORTE DE PASSAGEIROS E CARGAS ERA REALIZADO POR PEQUENOS NAVIOS DE CABOTAGEM, PRINCIPALMENTE DA ANTIGA COMPANHIA DE NAVEGAÇÃO BAIANA, ALÉM DE EMBARCAÇÕES A VELA, DERIVADAS DO GRAMINHO, A EXEMPLO DE SAVEIROS DE VELA DE IÇAR, COM ARMAÇÃO VÉLICA UTILIZANDO DO TRAQUETE, PEQUENA VELA TRIANGULAR A PROA DA EMBARCAÇÃO, ESCUNAS DE 2 E 3 MASTROS, PERUAS E OUTROS PEQUENOS BARCOS, DENOMINADOS DE IATE, COM PROPULSÃO A MOTOR.

O CACAU ERA O PRINCIPAL PRODUTO AGRÍCOLA DA REGIÃO, UMA COMMODITIES, EXPORTADA PARA DIVERSOS PAÍSES. A PIAÇAVA, FIBRA UTILIZADA NA FABRICAÇÃO DE DIVERSOS PRODUTOS, A EXEMPLO DE VASSOURAS, TAPETES, CABOS NAVAIS, ESTE ÚLTIMO TINHA PREFERÊNCIA SOBRE OS CABOS FEITOS COM SISAL OU OUTRAS FIBRAS POR QUE NÃO APODRECIA COMO OS DEMAIS, OU SE DETERIORAVA PELO CONTATO COM ÁGUA SALGADA.

ANTIGO PORTO DO RIO CACHOEIRA - ILHÉUS - DÉCADA DE 1950 - A ESQUERDA UM SAVEIRO DE VELA DE IÇAR, EM TRAQUETE
https://i.pinimg.com/1200x/92/cb/11/92cb118716258aa68d35e672a3acd9c1.jpg
 
OUTRA PALMEIRA, O DENDEZEIRO, QUE CHEGOU A BAHIA ATRAVÉS DOS ESCRAVOS AFRICANOS FORNECENDO O ÓLEO DE PALMA, UTILIZADO NA CULINÁRIA BAIANA E OUTRAS UTILIDADES, COMPLETAVA O MIX DE CARGAS DA REGIÃO DE ILHÉUS PARA SALVADOR. NO SENTIDO INVERSO, ILHÉUS E REGIÃO ERAM ABASTECIDOS COM PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS.

PORTO DE ILHÉUS - ANTIGO - NO INTERIOR DA BAHIA DO PONTAL. FICA VISÍVEL AS PONTES DE ATRACAÇÃO, INICIALMENTE DE MADEIRAS. - NÃO IDENTIFICAMOS A DATA 
NO CONTEXTO DESTE CENÁRIO LOGÍSTICO, A ESTA ÉPOCA, É IMPORTANTE REGISTRAR QUE ILHÉUS ERA O PORTO MAIS IMPORTANTE, ATRÁS DE SALVADOR, MAS O LITORAL BAIANO ERA COALHADO DE PEQUENOS ATRACADOUROS, QUE ÀS VEZES SE RESUMIA A UMA PEQUENA PONTE DE MADEIRA, UM TRAPICHE, RECEBENDO BARCOS A VELA E PEQUENOS NAVIOS A MOTOR, EM TEMPOS MAIS REMOTOS, MOVIDOS A VAPOR.

DIVERSOS NAVIOS CARGUEIROS FUNDEADOS AO LARGO DA PEDRA DE ILHÉUS ESPERANDO ALVARENGAS COM CACAU PARA CARREGAR A CONTRABORDO - A IMAGEM DEVE TER SIDO REGISTRADA NA DÉCADA DE 1950, POR QUE O PORTO DE MALHADO AINDA NÃO EXISTIA

OS MAIS IMPORTANTES DO LITORAL SUL DA BAHIA PARA O NORTE, TÍNHAMOS MUCURI, CARAVELAS, PRADO, BELMONTE, CANAVIEIRAS, UNA, ILHÉUS, ITACARÉ, CAMAMU E SUA BAÍA, NILO PEÇANHA, ITUBERÁ, TAPEROÁ, VALENÇA E ESTÂNCIA AO NORTE.

O PORTO DE ILHÉUS ESTAVA LOCALIZADO NA BAÍA DO PONTAL, ONDE O RIO CACHOEIRA DESAGUAVA, TRANSPORTANDO UMA ABUNDANTE QUANTIDADE DE SEDIMENTOS, O QUE LEVAVA A NECESSIDADE DE DRAGAGEM DE MANUTENÇÃO CONSTANTE PARA MANTER A PROFUNDIDADE ADEQUADA NAS PONTES DE ATRACAÇÃO, BACIA DE EVOLUÇÃO E PRINCIPALMENTE NA ENTRADA DA BARRA.

EM PRIMEIRO PLANO A ENTRADA DA BARRA DO PORTO, A AVENIDA SOARES LOPES, ONDE EM SEU FINAL SERIA CONSTRUÍDO O PORTO DO MALHADO NO INÍCIO DE 1960, PERCEBE-SE A PISTA DO AEROPORTO, A PONTE LOMANTO JÚNIOR QUE FOI INAUGURADA 1966 AINDA NÃO EXISTIA. ACREDITO QUE ESTA FOTOGRAFIA FOI TIRADA NA DÉCADA DE 1940.
OS PÍERES, TINHAM EM SUA RETROTERRA ARMAZÉNS SEMPRE CHEIOS DE CACAU PARA EXPORTAÇÃO, PRINCIPALMENTE NO PERÍODO DE SAFRA. ALÉM DISTO, DIANTE DA PUJANÇA FINANCEIRA QUE ESTA LAVOURA FAZIA CIRCULAR NA REGIÃO, MUITOS NAVIOS DE PASSAGEIROS, ORIUNDOS PRINCIPALMENTE DA EUROPA ATRACAVA EM ILHÉUS, TRAZENDO NOVIDADES QUE IAM DE ROUPAS E PERFUMES CAROS QUE ATENDIAM AO CONSUMO DOS RICOS FAZENDEIROS, MUITOS COM TÍTULO DE CORONEL, ADQUIRIDO NA GUARDA NACIONAL.

EM MOMENTOS DE MAR GROSSO, A ENTRADA E A SAÍDA DA BARRA DE ILHÉUS, EXIGIA MUITA PERÍCIA DO PRÁTICO E COMANDANTE DAS EMBARCAÇÕES, PRINCIPALMENTE COM VENTOS DE QUADRANTES SUL, CRIANDO VAGALHÕES AMEAÇADORES, FUSTIGANDO OS NAVIOS POR TRAVÉS, O QUE PODERIA DESESTABILIZAR O CASCO, LEVANDO AO NAUFRÁGIO, COM RISCOS POTENCIALIZADOS PARA PEQUENAS EMBARCAÇÕES, O QUE ACONTECEU COM O ITACARÉ.

COM OS NAVIOS DE LONGO CURSO TENDO SUAS DIMENSÕES AMPLIADAS JUNTO AO AUMENTO DAS EXPORTAÇÕES DE CACAU SE TORNOU ANTIECONÔMICO REALIZAR DRAGAGEM NA ENTRADA DA BARRA. OS CARGUEIROS FICAVAM FUNDEADOS AO LARGO DA PEDRA DE ILHÉUS, CARREGADOS POR MEIOS DE ALVARENGAS, PEQUENAS BARCAÇAS, REBOCADAS. POSTERIORMENTE FOI TOMADA A DECISÃO DE CONSTRUIR UM PORTO EM MAR ABERTO. OFFSHORE, O PORTO DE MALHADO.         

AVENIDA SOARES LOPES, EM ILHÉUS, ANTES DA CONSTRUÇÃO DO PORTO DE MALHADO, CUJA CONSTRUÇÃO INICIOU-SE EM 1960. 
NÃO ENTRAREMOS EM DETALHES DE CULPABILIDADE APONTADA PELO INQUÉRITO NAVAL REALIZADO PELA MARINHA, SE O ARMADOR, O PRÁTICO, O COMANDANTE OU A PRÓPRIA INTEMPÉRIE. COMENTAVA-SE NESTA ÉPOCA QUE O ITACARÉ TINHA SOFRIDO MODIFICAÇÕES ESTRUTURAIS QUE ELEVOU O CENTRO DE GRAVIDADE DO CASCO, TORNANDO-O MAIS INSTÁVEL.

PORTO DO MALHADO EM ILHÉUS
COMO EXISTEM DIVERSOS ARTIGOS SOBRE O NAUFRÁGIO DO ITACARÉ, TRANSCREVO UM, QUE ENTENDI COMO MAIS INFORMATIVO.  

HÁ 83 ANOS, NAVIO ITACARÉ NAUFRAGAVA EM ILHÉUS

Dia 23/08/2022 09h59

A embarcação 'Itacaré', da empresa Policultora, foi açoitado por enormes vagalhões e emborcou completamente ficando com o casco virado para cima.

Há 83 anos, Navio Itacaré naufragava em Ilhéus. O fato aconteceu no dia 23 de Agosto de 1939. Na manhã desta terça-feira, no programa Otabuleiro da Ilhéus FM o comunicador Vila Nova deu a notícia dos 83 anos da tragédia que movimentou a sociedade Ilheense da época

A embarcação 'Itacaré', da empresa Policultora, foi açoitada por enormes vagalhões e emborcou completamente ficando com o casco virado para cima.

A catástrofe foi presenciada por pessoas que se encontravam na Avenida Soares Lopes e a notícia correu rapidamente pela cidade.

Em meio às ondas eram vistos os destroços do iate e náufragos tentando salvar-se. Canoas, lanchas, barcos e saveiros saíram do Pontal para salvar as vítimas, o comércio fechou as portas e verdadeiras multidões se formaram na Avenida e nos morros da cidade para acompanhar as cenas da catástrofe.

Às dez horas as turmas de salvamento trouxeram os primeiros mortos e sobreviventes. Todos os médicos da cidade mobilizaram-se para atender as vítimas no Ilhéus Hotel, Farmácia Central, Hospital São José e Casa de Saúde São Jorge. A lista de passageiros não era conhecida e os boatos mais desencontrados intranqüilizavam a população.

A pedido do Prefeito Mário Pessoa a Secretaria de Segurança Pública transmitiu a lista dos passageiros pelo rádio: viajavam no Itacaré 47 passageiros e 22 tripulantes. Os mortos eram transportados para o edifício do antigo Hotel Coelho, na Praça Luis Viana, hoje Praça Dom Eduardo, em frente ao Cine Teatro Ilhéus, muitas pessoas que na hora do naufrágio se encontravam nos camarotes, não conseguiram sair e ficaram trancadas sem poder se retirar. As equipes de salvamento tentavam desesperadamente cortar o casco do navio com marretas e maçaricos sem conseguir, no final da tarde quatro pessoas conseguiram sair pelas vigias, entre elas o Tenente Efigênio Matos e a professora Maria Joana de Souza.

A família Badaró socorreu seis náufragos em sua residência no morro de Pernambuco. O comandante do Itacaré, Carlos José Oliveira e o comissário de bordo, Gregório, foram conduzidos para a residência de Arquimedes Amazonas, no Pontal. À noite se ouvia do morro de Pernambuco os pedidos de socorro das pessoas que se encontravam, presas no casco do iate submerso. Às 10 horas da manhã do dia 24 foram sepultados, no Cemitério da Vitória, os corpos de doze vítimas da catástrofe, entre elas cinco filhos do casal José e Alexandrina Pinheiro, que perderam no naufrágio onze filhos, seis morreram presos dentro do navio.

O total de vítimas do naufrágio chegou a trinta pessoas, entre passageiros e tripulantes. Entre as vítimas estavam o Tenente Otto do Nascimento Rhem e o Cônego Joaquim Diamantino, vigário da Paróquia de Catú.

O naufrágio do Itacaré, por causa da grande tragédia que foi, repercutiu em todo o país e causou revolta na população de Ilhéus contra a firma que agenciava o iate, acusada de negligência e irresponsabilidade. A opinião geral apontava a falta de lastro como causa principal da catástrofe, dizia-se que na viagem anterior para Salvador o iate viajara sem lastro a fim de levar um volume maior de carga e que, na volta, mais leve, sem estabilidade suficiente, virou ao impacto das ondas na entrada da barra.

Foram apontados como responsáveis pela catástrofe o Comandante do iate, o armador e o prático da barra de Ilhéus. Dois anos depois os acusados foram inocentados pelo Tribunal Marítimo do Rio de Janeiro.

No dia 26 deveria se realizar a “Passeata do Silêncio”, da Praça Firmino Amaral até o Cemitério da Vitória, a manifestação foi proibida pela Secretaria de Segurança Pública, com medo de retaliações, tanto que soldados guardavam o edifício onde funcionava a firma Correia Ribeiro & Cia., agente do Itacaré.

Um dos grandes heróis do naufrágio foi o ilheense Waldemar (Vavá) Virolli, ex-marinheiro, que ganhou uma medalha de Honra ao Mérito, medalha de ouro, num programa da Radio Nacional do Rio de janeiro, que homenageava os autores de grandes façanhas, por causa dos salvamentos que fez, Waldemar era uma grande figura, morava na Fonte da Cruz, baixinho, bebia demais, um dos seus divertimentos era nadar até a pedra do rapa.

A Cruzada do Bem pelo Bem organizou uma campanha de ajuda aos sobreviventes do naufrágio e a família Badaró mandou construir um cruzeiro no morro de Pernambuco, na entrada da barra, em frente ao local do naufrágio.

Texto de Alfredo Amorim


JOSEMAR

ECONOMISTA - CORECON 2065

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

RESGATE DA HISTÓRIA NAVAL DA BAHIA - IMAGENS ANTIGAS DE ANCORADOUROS DE SALVADOR E RECÔNCAVO - RESCUING BAHIA'S NAVAL HISTORY - OLD IMAGES OF ANCHORAGES IN SALVADOR AND RECÔNCAVO

APRESENTAMOS UM COMPILADO DE IMAGENS ANTIGAS COM CENAS DE EMBARCAÇÕES E COTIDIANO DO POVO DA BAHIA, EM SALVADOR E RECÔNCAVO BAIANO. NO POSSÍVEL REALIZAMOS COMENTÁRIOS SOBRE AS IMAGENS, TRAZENDO DETALHES QUE PODEM CONTRIBUIR PARA O ENTENDIMENTO DA HISTÓRIA NAVAL DA BAHIA.

NO FINAL DO ARTIGO POSTAMOS  BIOGRAFIA DO GRANDE FOTÓGRAFO, ARTHUR WISCHRAL .

Fisher Boats, Salvador, Bahia, Brazil, 1932, Black & White Photograph Limited Edition of 3 - SAVEIROS DA BAHIA NA PRAIA DO PORTO DA BARRA, QUE DESDE MAIS DE 5 SÉCULOS FOI UM PONTO DE APOIO PARA EMBARCAÇÕES, TANTO VINDO DE MAR ABERTO, COMO PROVENIENTE DO RECÔNCAVO BAIANO.




SAVEIROS NA RAMPA DO MERCADO EM FRENTE AO ANTIGO MERCADO MODELO, POR VOLTA DE 1932


This is an original 1930 black and white halftone print of high coastal cliffs diving Bahia into an "Upper" and "Lower" town.

CONDITION

This 81+ year old Item is rated Very Fine ++. Light aging throughout. No creases. No natural defects. No surface rub. No tears. No water damage. Please note: There is printing on the verso.Product Type: Original Halftone Print; Black / White
Grade: Very Fine ++
Photography by Jacob Gayer.

Keywords specific to this image: Sail, Cityscape^

SAVEIROS NO PORTO DA BARRA - 1930

https://www.lenach.com.br/bahia-salvador-santo-antonio-da-barra-cartao-postal-antigo-original-nao-circulado

SAVEIROS NO PORTO DA BARRA-1937

https://www.periodpaper.com/products/1937-praia-beach-salvador-bahia-brazil-photogravure-original-photogravure-020739

SAVEIROS ARMADOS EM VELA DE IÇAR NA ENSEADA DE ÁGUAS DE MENINOS - 1937

https://www.periodpaper.com/products/1937-fishing-boats-harbor-beach-salvador-bahia-brazil-original-photogravure-020736-bz1-043

Observe a prática de polo aquático. Não existia ainda o Marco de Fundação da Cidade, instalado em 1952. Esta foto foi publicada em um postal Wessel.

      Porto da Barra Por volta de 1940

1907 Ship Sailing View Of The City Bahia (Brazil) Posted Antique Postcard

ANCORADOURO DA CIDADE DO SALVADOR ANTES DA CONSTRUÇÃO DO PORTO

https://www.lenach.com.br/bahia-vista-do-porto-cartao-postal-antigo?srsltid=AfmBOor6_WOvXM2C7sa7OX074NsKFN7mMpBtGH37uem-oovyI4QE_pWO


"ARTHUR WISCHRAL (1894-1982) - SALVADOR, BAHIA - Fotografia original (17x12cm) que integrou álbum confeccionado por encomenda do governo da Bahia nos idos de 1931, em cuja viagem o fotógrafo documentou obras na Usina Hidrelétrica de Bananeiras (possivelmente a construção da Barragem Jerry OConnell). As fotos em questão pertenceram a um álbum do acervo pessoal de A. W. *O ACERVO RARO LEILÕES PROMOVEU um leilão (16611) no mês de Outubro inteiramente dedicado à obra deste fotógrafo, todavia no presente pregão continuamos a oferecer um material precioso e único que não figurou naquele leilão."

PORTO DE SALVADOR EM SEU FORMATO APÓS OBRAS DO ATERRO E CONSTRUÇÃO DOS ARMAZÉNS. AO FUNDO DA FOTO A ENSEADA DE ÁGUA DE MENINOS, AINDA NÃO ATERRADA. ARTHUR WISCHRAL POR VOLTA DE 1931.

https://www.acervoraroleiloes.com.br/peca.asp?ID=8002079

ANTIGO PORTO DE CACHOEIRA, NO RIO PARAGUAÇU, COM MATERIAIS PARA A CONSTRUÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE BANANEIRAS. O PORTO DE CACHOEIRA TINHA UMA IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA RELEVANTE PARA A BAHIA, POIS ERA CONSIDERADO A ENTRADA DO SERTÃO PARA PASSAGEIROS E CARGAS VINDO E INDO PARA A CAPITAL BAIANA. SALVADOR, NO PASSADO DENOMINADA DE CIDADE DA BAHIA. IMAGEM ARTHUR WISCHRAL POR VOLTA DE 1931.

PORTO DE CACHOEIRA - INTENSO MOVIMENTO DE SAVEIROSIMAGEM ARTHUR WISCHRAL POR VOLTA DE 1931.

PORTO DE CACHOEIRA - MATERIAIS PARA  A CONSTRUÇÃO DA ANTIGA USINA HIDRELÉTRICA DE BANANEIRAS - IMAGEM ARTHUR WISCHRAL POR VOLTA DE 1931.

https://www.acervoraroleiloes.com.br/peca.asp?ID=8002271&ctd=78

SAVEIRO DE VELA DE IÇAR NAVEGANDO ENTRE O PORTO DE CACHOEIRA E SÃO FÉLIX, RIO PARAGUAÇU - ALGUMAS CANOAS TÍPICAS DOS MARES BAIANOSIMAGEM ARTHUR WISCHRAL POR VOLTA DE 1931.

IMAGEM DA BAÍA DE TODOS OS SANTOS, EM DESTAQUE UM VELEIRO ARMADO EM ESCUNA, QUE EU NÃO SEI DIZER SE É VARIANTE DO GRAMINHO, AO FUNDO UM CARGUEIRO CLÁSSICO E TRÊS SAVEIROS DE VELA DE IÇAR, SENDO UM DELES ARMADO EM TRAQUETE.- ARTHUR WISCHRAL POR VOLTA DE 1931.

"Barragem Jerry O'Connel (Antiga barragem de Bananeiras) Essa barragem em conjunto com a usina hidrelétrica de Bananeiras, forneceu energia elétrica durante muito tempo para Feira de Santana e outras cidades da região. Pertenceu a CEB (Companhia de Eletricidade da Bahia), tempos depois, adquirida pela CHESF"

https://www.facebook.com/groups/362453737286631/


                Cronologia de Arthur Júlio Wischral (1894 – 1982)
22 de março de 2021

Cronologia do fotógrafo Arthur Júlio Wischral (1894 – 1982)


Diário do Paraná, 28 de junho de 1975

1894 – Em Curitiba, nascimento de Arthur Júlio Wischral, descendente de alemães.

c. 1910 – Com uma máquina fotográfica emprestada de um amigo, Arthur Wischral procurou orientação do fotógrafo alemão Germano Fleury (1873 – 1945), estabelecido em Curitiba, durante a década de 1900. Além de fotografar, Fleury comercializava artigos fotográficos. Na cidade havia, na época, estúdios fotográficos utilizando as últimas técnicas trazidas da Europa e aonde também eram vendidos cartões postais e materiais fotográficos. Com Fleury, Wischral teve as primeiras noções de fotografia profissional. Segundo ele, quando começou a fotografar gostava de registrar cenas incomuns das reuniões familiares (Diário do Paraná, 28 de junho de 1975).

1912 – Fotografou o primeiro bonde elétrico de Curitiba, que saiu da praça Ouvidor Pardinho com destino ao Portão (Diário do Paraná, 28 de junho de 1975).

1913 – Ganhou de seu pai uma máquina fotográfica com todas as inovações que as indústrias de Dresden haviam conquistado até então. Custando 120 mil réis, a câmara apresentava fole, movas dimensões 13 x 18 cm – e vários outros recursos que possibilitavam um trabalho ainda mais sensível e de qualidade (Diário do Paraná, 21 de junho de 1975). Antes, seu pai havia tentado demovê-lo da ideia de ser fotógrafo. Queria que o filho se dedicasse ao violino.

O amador fotográfico Arthur Wischral fotografou os enterros de Mário de Castro e de Francisco de Luccas, em Curitiba (Diário da Tarde (PR), 14 de maio de 1913, quinta coluna).


Trabalhava como repórter fotográfico do jornal A República, do Paraná, e produziu registros de manobras militares realizadas pelo Regimento de Segurança na invernada do Campo Comprido (A República (PR), 26 de maio de 1913, sexta coluna).

Fotografou uma horrível catástrofe quando 26 tamboretes de explosivos de guerra explodiram nos armazéns da Rede Ferroviária, na praça Eufrásio Correia, causando a morte de 8 soldados, 3 operários e uma criança, deixando vários feridos e produzindo grandes danos materiais. As fotos foram vendidas para jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo (A República (PR), 2 de julho de 1913, primeira coluna; Diário do Paraná, 28 de junho de 1975).

Pela jornal A República (PR), ele e Seraphin França acompanharam o governador do Paraná, Carlos Cavalcanti (1864 – 1935), em uma viagem a cidades do litoral do estado (A República (PR), 14 de julho de 1913, terceira coluna; A República (PR), 22 de julho de 1913, sexta coluna).

Wischral era o repórter fotográfico da revista ilustrada, humorística e literária A Bomba (PR), publicada nos dias 10, 20 e 30 de cada mês. Era de propriedade de Marcello Bittencourt (A Bomba, 30 de julho de 1913, primeira coluna).

Além de Wischral, a Photographia Volk passou a integrar a equipe de reportagem fotográfica da revista A Bomba (PR) (A Bomba (PR), 10 de setembro de 1913, segunda coluna).




1914 – Estava presente à inauguração do ramal Serrinha – Nova Restinga, da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande (A República (PR), 19 de fevereiro de 1914, última coluna).

Em 5 de abril, fotografou o primeiro voo de avião realizado em Curitiba. O piloto foi Cícero Martins (Diário do Paraná, 28 de junho de 1975).

Já estava na Alemanha e não era repórter fotográfico de A República (PR) (A República (PR), 30 de outubro de 1914, última coluna). A conselho de seu pai, havia viajado para aprender novas técnicas fotográficas. Ficou no país até depois do fim da Primeira Guerra Mundial. Empregou-se num estabelecimento que prestava serviços fotográficos para amadores. Fez um estágio no laboratório na Universidade de Würzburg e aprendeu a técnica do retoque com um fotógrafo da cidade, dominada por poucos profissionais em Curitiba. Em Würburg, encontrou-se uma vez com o futuro papa Pio XII a quem perguntou onde poderia encontrar pessoas que falassem português e ele lhe indicou uma escola onde estavam alguns feridos de guerra. Eram portugueses e estranharam o sotaque dele. Durante sua estada na Alemanha, trabalhou durante seis anos no jornal Franken Warte. No período em que ficou na Europa viajou para diversos países do continente (Diário do Paraná, 28 de junho de 1975).

1921 – Voltou a Curitiba e por volta dessa época começou a prestar serviços para o governo e para empresas. Fotografou o interior do Paraná, realizando uma série de imagens que integrariam o estande do estado na exposição comemorativa do Centenário da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro.

1922 – Fotografou a exposição comemorativa do Centenário da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro.

Voltou ao Rio de Janeiro, onde fotografou os primeiros prédios da orla carioca e também os arredores de Petrópolis.

1924 - Esteve no Palácio do governador do Paraná, Caetano Munhoz da Rocha (1879 – 1944) (O Dia, 13 de fevereiro de 1924, terceira coluna).

O hábil fotógrafo Arthur Wischral realizou na Villa Olga uma sessão de projeção de fotografias (O Dia (PR), 30 de março de 1924).

                                                           O Dia (PR), 30 de março de 1924

1926 – No artigo Uma audaciosa excursão ao Marumby, escrito por Affonso Wischral, de 9 de julho de 1926, foi mencionado que o autor e Arthur Wischral haviam fotografado aspectos do passeio que poderiam ser vistos na loja “O Pequeno Paris“, na rua 15, nº 58 (O Dia (PR), 26 de julho de 1926, última coluna).

1928 – Foi contratado pela Rede Viação Paraná – Santa Catarina e registrou o dia a dia das obras, as dificuldades dos trabalhadores e as obras de manutenção da estrada de ferro Curitiba – Paranaguá, inaugurada em 1885 e considerada um marco na história da engenharia no Brasil. Um álbum, editado pelo próprio fotógrafo e por J. J. Wischral, foi produzido com esses registros. O endereço deles era avenida Silva Jardim, nº 175.





1929/1931 - Durante cerca de um ano e meio, Wischral permaneceu na Bahia onde documentou, contratado pelas Empresas Elétricas Brasileiras S.A, a construção da Barragem Jerry O´Connell, em Bananeiras. Uma das fotografias da barragem foi publicada no Estado de Florianópolis, 26 de julho de 1930.



O contrato previa também a produção de uma série de imagens de Salvador e do interior da Bahia que foram, posteriormente, reunidas em uma publicação de quatro volumes intitulada Desenvolvimento, Geologia e Produtos Agrícolas, Indústria do Cacau, feita pelas Empresas Elétricas Brasileiras S.A.

Wischral montou, com imagens de sua estada na Bahia, um álbum pessoal com cerca de 500 fotografias.

1934 - Registrou-se para receber algum pagamento da prefeitura de Curitiba (Correio do Paraná, 21 de fevereiro de 1934, quinta coluna).

1935 – Na ocasião do cinquentenário da Estrada de Ferro do Paraná, Wischral, identificado como veterano dessas empreitadas estéticas e artista da Kodak, deu um depoimento, publicado no jornal O Dia (PR), 9 de janeiro de 1935.

Foi contratado para acompanhar e documentar a expedição do coronel Raul Bandeira de Mello ao sudoeste do Paraná. As fotos e o relatório deram origem ao livro de mais de 400 páginas Ensaios de Geobélica Brasileira, editado pela Imprensa Nacional em 1938. O nome do fotógrafo não foi citado. A expedição registrou fatos e imagens desde Palmas até 7 Quedas e é um documento formidável da vida naquelas paragens nos anos 30. Eles documentaram os lugares das batalhas da revolução de 1924 e a situação de pontes, estradas e as defesas militares brasileiras na região. Também indígenas e até um chocante registro de uma família de deficientes físicos gerados por um casal de irmãos, imagens que correram o Brasil à época. Ao final uma cena bucólica com o comandante da expedição em meio aos hóspedes do hotel argentino das cataratas, constando do acervo até uma carta de “vinos” e menu, com a assinatura de todos os presentes. São mais de 90 fotos e mapas que mereciam uma exposição e uma edição fac-símile da obra, ou pelo menos das suas fotografias. Os originais encontram-se com Paulo José da Costa, proprietário da Fígaro Loja de Cultura Sebo e Antiquário, de Curitiba (Página Arthur Wishcral no Facebook).


1936 - A matéria Capricho ou punição da natureza, sobre as consequências da sífilis, trazia uma fotografia de uma família com 4 filhos portadores de deficiência física , produzida por Wischral quando esteve no sertão de Guarapuava (O Estado (SC), 2 de setembro de 1936, primeira coluna).

1937 – Uma fotografia de sua autoria foi publicada no artigo A Floresta Brasileira (O Observador Econômico e Financeiro, agosto de 1937).


Década de 1940 – No início dessa década, Wischral foi contratado pela prefeitura de Curitiba e documentou detalhadamente as obras do Plano Agache. Ao longo de três décadas fotografou a transformação da cidade, a urbanização dos bairros, o alargamento das ruas, a construção de praças ajardinadas e dos primeiros grandes edifícios.

Seu laboratório ficava na rua Desembargador Westphalen.

1950 – A mesma fotografia publicada na edição de agosto de 1937 da revista Observador Econômico e Financeiro foi de novo publicada na edição de julho de 1950 da mesma revista. No ano seguinte, um leitor da revista, Martim Zipperer, de Curitiba, curioso acerca da autoria da fotografia que, segundo ele, foi produzida no rio dos Bugres, no município de São Bento do Sul, em Santa Catarina, a pedido de um de seus parentes, procurou a revista. Havia fotografado o mesmo local e a imagem foi publicada em Observador Econômico e Financeiro, abril de 1951. Segundo a reportagem “o confronto dessas fotografias, representando duas épocas, é um dos mais impressionantes documentos que se poderia divulgar sobre os males causados pela economia predatória que vem sido exercida sobre as nossas reservas florestais!”




1964 - Uma fotografia de 1912 ou 1914, de autoria de Wischral foi publicada (Correio do Paraná, 23 de fevereiro de 1964, penúltima coluna).



1967 - Com texto de Sérgio Augusto e fotografias de Arthur Wischral, publicação do artigo A maravilhosa Curitiba-Paranaguá (Diário do Paraná, 15 de julho de 1967).

Publicação da matéria Era uma vez um vapor chamado Pery, com texto de Sérgio Augusto e fotos cedidas por Wischral (Diário do Paraná, 6 de agosto de 1967).

Com fotografias dos arquivos de César Pinto e de Arthur Wischral, publicação da matéria Prefeitura -Século XX (I – Parte Primeira – Do aluguel de 200 mil réis à casa própria (Diário do Paraná, 10 de setembro de 1967).

1975 – Publicação da matéria Curitiba em dois tempos, com fotos antigas produzidas por Wischral e com atuais do fotógrafo Mário Nunes do Nascimento (Diário do Paraná, 21 de junho de 1975). Dias depois, publicação de uma matéria sobre sua vida (Diário do Paraná, 28 de junho de 1975).

1978 - Publicação de um artigo com fotografias de carnavais antigos sob as lentes de Wischral (Diário do Paraná, 3 de fevereiro de 1978).

1979 - Na Casa Romário Martins, em Curitiba, realização da exposição Imagens e paisagens que Curitiba perdeu, com registros de Wischral e de outros fotógrafos (Diário do Paraná, 10 de junho de 1979, primeira coluna).



1982 – Na Sala Funarte, em Curitiba, realização da exposição Paraná de ontem com fotografias de Wischral e de Alberto Weiss, dentre outros (Diário do Paraná, 4 de maio de 1982, terceira coluna).

O fotógrafo Arthur Wischral faleceu, em setembro.

Década de 1990 – Em fins dessa década, A Universidade Federal da Bahia comprou da família do fotógrafo o álbum montado por ele com cerca de 500 imagens de sua estada na Bahia em torno de 1930.

1994 – Foi um dos fotógrafos com obras expostas no evento Curitiba Capital Nacional de Fotografia, entre 14 e 21 de agosto (Jornal do Brasil, 27 de julho de 1994).

2020 – O Instituto Moreira Salles adquiriu em leilão 91 imagens de um conjunto de registros de Salvador e de outras localidades, realizadas em 1931, por ocasião das obras da construção da usina hidrelétrica de Bananeiras, todas de autoria de Wischral. Complementam o trabalho do fotógrafo presente no acervo do IMS, que já possuía o álbum Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, de 1928.

Link para um pequeno filme realizado pelo Paraná Portal sobre Arthur Wischral

Link para o filme Ferrovia Curitiba Paranaguá vista por Arthur Wischral


Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica



JOSEMAR
ECONOMISTA - CORECON 2065

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

RESGATE DA HISTÓRIA NAVAL DA BAHIA - BARCO TIPO PERUA, EMBARCAÇÃO CLÁSSICA - RESCUING BAHIA'S NAVAL HISTORY - PERUA TYPE BOAT, CLASSIC VESSEL

A IMAGEM ABAIXO É MUITO REPRESENTATIVA PARA O LEGADO DA HISTÓRIA NAVAL DA BAHIA, REPRESENTANDO UMA PERUA, VARIANTE DE ARMAÇÃO VÉLICA CUJO GRAMINHO INDICAVA OS CÁLCULOS AOS CARPINTEIROS NAVAIS QUE CONSTRUÍAM ESSAS E OUTROS TIPOS DE EMBARCAÇÕES EM MARES BAIANOS.

EMBARCAÇÃO TÍPICA DA BAHIA - PERUA

"A 'PERUA', a type of three-masted craft from the Bahia Recôncavo "which is frequently to be seen on the coast of Brazil. It plies between the smaller ports and the city of Bahia ...""Uma 'PERUA', um tipo de embarcação de três mastros do Recôncavo da Bahia, frequentemente avistado na costa do Brasil. Ele navega entre os portos menores e a cidade da Bahia..."

"Uma 'PERUA', uma espécie de embarcação de três mastros do Recôncavo baiano "que é frequentemente vista no litoral do Brasil. Ele navega entre os portos menores e a cidade da Bahia ...""Uma 'PERUA', um tipo de embarque de três mastros do Recôncavo da Bahia, frequentemente avistado na costa do Brasil. Ele navega entre os portos menores e a cidade da Bahia...""


Boats of Brazil

"This photo appeared in the 20 October, 1934 edition of The Sphere. "A sea-going lancha, a type of craft which is frequently to be seen on the coast of Brazil. It plies between the smaller ports and the city of Bahia, where its cargo, usually consisting of cocoa beans, is repacked and prepared for export. The sails are somewhat unwieldy and need five or six men to handle them during a voyage.".

"Esta foto foi publicada na edição de 20 de outubro de 1934 do The Sphere. "Uma lancha marítima, um tipo de embarcação frequentemente vista na costa do Brasil. Ela navega entre os portos menores e a cidade da Bahia, onde sua carga, geralmente composta de grãos de cacau, é reembalada e preparada para exportação. As velas são um tanto pesadas e exigem cinco ou seis homens para manuseá-las durante uma viagem."

CONHECI OS BARCOS TIPO PERUAS POR MEIO DE UM CROQUI DO LIVRO GRAMINHO - A ALMA DO SAVEIRO - LEV SMARCEVSKI, SENDO ESTA FOTO A PRIMEIRA QUE TIVE OPORTUNIDADE DE VER.

TÁBUA DO GRAMINHO
HÁ INDICAÇÃO DE QUANDO FOI PUBLICADA, 20 DE OUTUBRO DE 1934, MAS O LOCAL ONDE O BARCO SE ENCONTRAVA NO MOMENTO DO REGISTRO NÃO FOI INDICADO, O QUE SERIA RELEVANTE. PELO CENÁRIO, PARECE SER UM RIO OU UMA ENSEADA. DUAS TRADICIONAIS CANOAS DA BAHIA TAMBÉM ESTÃO PRESENTES.



A tábua que você vê acima é o graminho. Em seus riscos simples está a receita completa, com as medidas exatas, para quem vai construir o saveiro, tradicional barco baiano. Funcionou direitinho por quatro séculos, mas agora pode desaparecer.

por Airton De Grande


A maioria dos engenheiros navais não sabe o que fazer com o graminho. Na construção de barcos, usam plantas, projetos, computadores. Mas gente que nunca freqüentou universidade vem fabricando embarcações na Bahia há quatro séculos seguindo unicamente este pequeno pedaço de madeira. Nele estão as medidas essenciais do saveiro baiano, uma das marcas registradas do litoral brasileiro. Agora, porém, esse conhecimento popular está ameaçado de ir a pique. O velho saveiro e os artesãos que sabem construí-lo estão perdendo a corrida para os barcos modernos. Na defesa da tradição, o arquiteto baiano Lev Smarcevski, de 73 anos, foi pesquisar as origens do graminho. Descobriu que ele veio da Índia e que pode ter nascido na construção civil de 5 000 anos atrás. Preservá-lo é preservar a cultura.

O graminho do saveiro deve ter chegado ao Brasil no século XVI, na mala de um carpinteiro naval das colônias portuguesas de Goa ou Cochim. Na época, Salvador era parada obrigatória na rota Índia-Portugal. Com o instrumento, os imigrantes passaram a construir os barcos indianos lantxiar e lantxiara, que ficaram conhecidos como "lanxa" e "lanxão". O nome saveiro foi importado de Portugal. Lá, designava pesqueiros parecidos, que serviam para a captura do sávio, peixe da família do arenque. No Brasil há saveiros também no Rio de Janeiro e no Maranhão, mas eles são diferentes da versão baiana.

"As tábuas de medidas foram importantes para a preservação das linhas e da funcionalidade do saveiro", disse à SUPER o engenheiro naval Célio Taniguchi, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Smarcevski concorda. É dele a hipótese de que o instrumento nasceu na construção civil da Mesopotâmia, cerca de 3 000 anos antes de Cristo. "É semelhante às tábuas dos construtores dos zigurates, feitas de barro." Zigurates eram templos de vários andares. As tábuas representavam as medidas do térreo e traziam uma escala de redução para os pisos superiores.

Na era do computador tudo isso pode parecer bobagem. Mas Smarcevski tem razão em recuperar parte dessa história. É triste deixar um conhecimento que se mostrou útil por milênios naufragar no esquecimento

Planta resumida

O graminho traz mais de trinta parâmetros
para a construção do saveiro. Conheça alguns.

https://www.geocities.ws/copia_a/500anos6.html


REPITO MAIS UMA VEZ NESTE ESCRITO, SOBRE A VERGONHOSA IMPORTÂNCIA QUE A MAIORIA DA SOCIEDADE BAIANA E ESFERAS GOVERNAMENTAIS DEDICAM A PRESERVAÇÃO DO LEGADO DOS HOMENS DO MAR DA BAHIA E SUAS EMBARCAÇÕES EM RELAÇÃO AOS ASPECTOS CIVILIZATÓRIOS DO NOSSO POVO. ESTAMOS AQUI, EM VIRTUDE DE, DURANTE MAIS DE V SÉCULOS, O TRANSPORTE DE PASSAGEIROS E CARGAS ENTRE A CIDADE SÃO SALVADOR, SEU RECÔNCAVO E AS CIDADES DO LITORAL SUL DO ESTADO ERAM REALIZADOS, PRINCIPALMENTE PELO MAR. TRISTE BAHIA, DO CARNAVAL, DO FUTEBOL, DA GLOBO, DO APARELHAMENTO IDEOLÓGICO.


JOSEMAR

ECONOMISTA - CORECON 2065

quarta-feira, 12 de junho de 2024

GRUPO RESGATE DA HISTÓRIA NAVAL DA BAHIA - FACEBOOK - BAHIA NAVAL HISTORY RESCUE GROUP - FACEBOOK

CRIAMOS UM GRUPO NO FACEBOOK QUE TRATA DO RESGATE DA HISTÓRIA NAVAL DA BAHIA, NOSSA CULTURA NÁUTICA E IDENTIDADE DE POVO.


RAMPA DO MERCADO - SALVADOR - BAHIA - POSSIVELMENTE DÉCADA DE 1940 OU 1950
https://sarnelli-coisasdabahia.blogspot.com/2008/12/rampa-do-mercado-modelo-o-primeiro.html


O INTUITO É TENTAR OBTER IMAGENS, ÁUDIOS, DOCUMENTOS, COMENTÁRIOS E RELATOS QUE ENRIQUEÇAM O NOSSO ACERVO.


ENTENDO QUE MUITOS NÃO TENHAM MAIS FACEBOOK, MAS AQUELES QUE AINDA UTILIZAM ESTE MEIO VIRTUAL POSSAM CONTRIBUIR COM INFORMAÇÕES PERTINENTES. OBRIGADO.

JOSEMAR

ECONOMISTA- CORECON 2065

sexta-feira, 31 de março de 2023

RESGATE DA HISTÓRIA NAVAL DA BAHIA - DOCUMENTOS E RELATOS ANTIGOS SOBRE A COMPANHIA DE NAVEGAÇÃO BAHIANA - CNB - RESCUING BAHIA'S NAVAL HISTORY - OLD DOCUMENTS AND REPORTS ABOUT THE BAHIANA NAVIGATION COMPANY - CNB

O LINK ABAIXO TRADUZ SIGNIFICATIVA FONTE DE INFORMAÇÕES SOBRE A COMPANHIA DE NAVEGAÇÃO BAHIANA, FINAL DA DÉCADA DE 1950 E INÍCIO DE 1960.

Historico Navegação Bahiana..pdf - Google Drive

                                                 NAVIO "MASCOTE"

https://www.facebook.com/acervo.iconografico.itaparica/?fref=photo

RESSALTA O ABANDONO DA INSTITUIÇÃO PELAS AUTORIDADES, DIANTE DO IMPORTANTE SERVIÇO PRESTADO NO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS E CARGAS ENTRE A CAPITAL SALVADOR E LOCALIDADES DO INTERIOR DA BAÍA DE TODOS OS SANTOS E SUAS ILHAS.

                                    LANCHA "BELANÍSIA"

https://www.facebook.com/acervo.iconografico.itaparica/?fref=photo

CONTINUAREMOS A TRAZER INFORMAÇÕES SOBRE A BAHIANA, COMO ERA CHAMADA, PELA SUA REPRESENTATIVIDADE NO DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DA BAHIA.


JOSEMAR 

ECONOMISTA - CORECON 2065

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

RESGATE DA HISTÓRIA NAVAL DA BAHIA - PARTE IV -SAVEIRO DE VELA IÇAR - ARMADO EM TRAQUETE - RESCUE OF BAHIA'S NAVAL HISTORY - PART IV - SAIL SLOOP HOISTED - ARMED ON FORESKET

                      FOTO DE MARCEL GAUTHEROT - ACERVO INSTITUTO MOREIRA SALLES.

A BAHIA E SEUS ASPECTOS CIVILIZATÓRIOS. A IDENTIDADE, A FORÇA, A CORAGEM, O NACIONALISMO DO POVO BAIANO FORAM FORJADOS PELOS CAMINHOS DO MAR.

SAVEIRO DE VELA DE IÇAR PARTICIPANDO DA PROCISSÃO MARÍTIMA DE BOM JESUS DOS NAVEGANTES, EM 1950.

VERIFIQUEM QUE À ARMAÇÃO VÉLICA É COMPOSTA DE UM MASTRO DE TRAQUETE POSICIONADO NA PROA.

HOJE NÃO EXISTEM SAVEIROS COM ESTA CARACTERÍSTICA DE VELA, NAVEGANDO PELA BAÍA DE TODOS OS SANTOS E LITORAL BAIANO, O QUE ERA COMUM ATÉ A DÉCADA DE 1960.



JOSEMAR

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

RESGATE DA HISTÓRIA NAVAL DA BAHIA - PARTE III - RESCUE OF BAHIA'S NAVAL HISTORY - PART III

ESTAMOS POSTANDO FOTOS DE VÁRIOS NAVIOS DA ANTIGA E EXTINTA COMPANHIA DE NAVEGAÇÃO BAHIANA - CNB, IMAGEM ESTAS, RETIRADAS DO SITE https://www.facebook.com/acervo.iconografico.itaparica/?fref=photo . LEMBRANDO QUE, ESTA COMPANHIA FOI CRIADA NO INÍCIO DO SÉCULO XIX, SENDO A PRIMEIRA ARMADORA A USAR O VAPOR COMO PROPULSÃO DE NAVIOS NO BRASIL.

ESTAS EMBARCAÇÕES, OU ALGUMAS DELAS, ESTAVAM OPERACIONAIS ATÉ FINAL DA DÉCADA DE 1960, QUANDO,A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE FERRY BOAT DEU O GOLPE FINAL NO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO NA BAÍA DE TODOS OS SANTOS.

DETALHES TÉCNICOS DESTES NAVIOS E LANCHAS, COMO: ESTALEIRO CONSTRUTOR; ANO DA CONSTRUÇÃO; COMPRIMENTO; VELOCIDADE; CAPACIDADE DE CARGA E PASSAGEIROS; DESLOCAMENTO; DESMANCHE, ETC, POUCO OU QUASE NADA TENHO CONHECIMENTO, AS ÚNICA RUPTURAS DESTA REGRA FORAM OS NAVIOS MARAGOGIPE E ITAPARICA, CUJOS DADOS OBTIVE NO SITE DO ESTALEIRO QUE CONSTRUIU OS MESMOS.

COMENTAMOS EM OUTRAS OPORTUNIDADES, SOBRE ESTA HISTÓRICA COMPANHIA DE NAVEGAÇÃO, UM EMBLEMA ECONÔMICO DA BAHIA. E COMO SUA EXTINÇÃO FOI REALIZADA DE FORMA IRRESPONSÁVEL, QUANTO A PRESERVAÇÃO DE SUA MEMÓRIA DOCUMENTAL E FOTOGRÁFICA.

ACRESCENTO QUE, VIAJEI EM ALGUMAS DESTAS EMBARCAÇÕES NA DÉCADA DE 1960, DE SALVADOR PARA A LOCALIDADE DE AMOREIRAS, NA ILHA DE ITAPARICA. RECORDAÇÕES QUE GUARDO COM UM CARINHO IMENSO..


JOSEMAR



NAVIO "MASCOTE"


MEU PAI SEMPRE COMENTAVA QUE ESTE NAVIO TINHA OPERADO COMO UMA CORVETA DURANTE A II GRANDE GUERRA MUNDIAL, SENDO CONSIDERADO  O MAIS VELOZ DA FROTA DA "NAVEGAÇÃO BAHIANA".



LANCHA "ANUNCIADA"



TINHA O NOME DESTA LANCHA NA MEMÓRIA. LEMBRO QUE, A EXEMPLO DE SUAS IRMÃS, COMENTAVAM QUE FORAM CONSTRUÍDAS NO RIO DE JANEIRO.



LANCHA "SÃO PEDRO"





LANCHA "GAIVOTA"





LANCHA "MAR GRANDE"





NAVIO "ITAPARICA"


ESTE NAVIO, JUNTAMENTE COM SEU IRMÃO MARAGOGIPE, FORAM CONSTRUÍDOS EM ESTALEIROS DA ALEMANHA OCIDENTAL, NO INÍCIO DA DÉCADA DE 1960. MODERNOS PARA A ÉPOCA, PRESTARAM RELEVANTES SERVIÇOS A COMPANHIA DE NAVEGAÇÃO BAHIANA.

O NAVIO  ITAPARICA, FOI O QUE MAIS REALIZEI VIAGENS PARA AMOERIRAS. A LINHA DEMANDAVA PARA A CIDADE DE ITAPARICA, COM ESCALAS EM "PORTO SANTO", "MANGUINHOS" E "AMOREIRAS". O NAVIO PARAVA AO LARGO DE CADA LOCALIDADE, ONDE OS PASSAGEIROS ERAM TRANSPORTADOS PARA TERRA OU VICE-VERSA, POR MEIO DE EMBARCAÇÕES MENORES, EXEMPLO DE SAVEIROS DE VELA DE PENA, 


Ship info

IMO number 5165594
Name of the ship ITAPARICA
Type of ship PASSENGERS SHIP
Gross tonnage 494 tons
Year of build 1960
Builder KREMER WERFT - ELMSHORN, GERMANY
Flag BRAZIL
Home port SALVADOR
Manager & owner COMPANHIA DE NAVEGACAO BAHIANA - SALVADOR, BRAZIL


Ship info

IMO number 5220679
Name of the ship MARAGOGIPE
Type of ship PASSENGERS SHIP
Gross tonnage 439 tons
Year of build 1962
Builder KREMER WERFT - ELMSHORN, GERMANY
Flag BRAZIL
Home port SALVADOR
Manager & owner COMPANHIA DE NAVEGACAO BAHIANA - SALVADOR, BRAZIL


NAVIO MARAGOGIPE NO ESTALEIRO ALEMÃO, ANTES DO LANÇAMENTO.

http://forum-schiff.de/phpBB3/viewtopic.php?t=4414

http://forum-schiff.de/phpBB3/viewtopic.php?t=4414


LANCHA "BELANÍSIA"




LANCHA "MAR GRANDE"




BALSA "RIBEIRA"



ESTA BALSA, ACREDITO, DEVE TER SIDO UTILIZADA NA TRAVESSIA ENTRE A RIBEIRA E PLATAFORMA, APENAS UMA HIPÓTESE.



LANCHA "AUGUSTA"





LANCHA "AVANTE"





NAVIO "ITAPARICA"


NAVIO "ITAPARICA" ZARPANDO OU CHEGANDO NA CIDADE DE ITAPARICA.



NAVIO "2 DE JULHO"










NAVIO "NAZARÉ"





NAVIO "VISCONDE DE CAIRU"





LANCHA "BELANÍSIA"